A coleta seletiva em Londrina existe desde 1996, porem a inclusão social dos catadores
teve início apenas em 2001, sendo um dos objetivos da abordagem pública a retirada
de cerca de 60 catadores do aterro municipal e a ampliação de cobertura da coleta
seletiva no município. Os catadores foram então estimulados a se organizarem em
ONGs - Organizações Não-Governamentais, processo o qual, preconiza o processo de
descentralização da atividade e formalização institucional da atividade de coleta
seletiva em Londrina.
Com a implementação do Reciclando Vidas programa que implementou na parceria de
vinte e seis Organizações Não-Governamentais e a prefeitura tinha envolvido no seu
processo um contingente de 474 catadores de rua e alguns desempregados.
Porém a continuidade da parceria entre a prefeitura e as ONGs ficou comprometida
com as irregularidades institucionais, legais, estruturais e ambientais que a maioria
das entidades foi se condicionando.
Somados a estes fatores, muitos catadores realizavam a coleta porta a porta, em
carrinhos manuais e/ou Kombis, em situação irregular e perigosa. Ou seja, o sistema,
considerado de baixo custo para o poder público, transferia suas mazelas para os
catadores.
Esta situação mobilizou diversos segmentos da cidade, que cobravam das autoridades
providências no sentido de assegurar condições mais dignas e humanas para aqueles
trabalhadores que cotidianamente estavam realizando um serviço em prol da comunidade
e da natureza.
Com a crise de 2008, esta realidade tornou-se insustentável; a queda do preço do
material reciclável levou os catadores a reivindicarem junto ao poder público municipal
um contrato de prestação de serviços. Através do acompanhamento do Programa de Economia
Solidária do Município de Londrina, houve uma aproximação entre as diversas associações,
que até então possuíam uma história de individualismo, provocada pela disputa de
setores, de recursos e de poder. A partir desse momento os catadores iniciaram um
processo de reconhecimento de sua identidade coletiva, de valorização de suas afinidades
e identificação de suas necessidades, que durou aproximadamente um ano e levou à
junção de pessoas vindas de várias associações de reciclagem.
Por orientação jurídica do Conselho Municipal do Meio Ambiente e Promotoria do Meio
Ambiente, e pela perspectiva do fortalecimento dos catadores, no dia 12 de setembro
de 2009 mais de 100 catadores participaram da fundação da COOPER REGIÃO - Cooperativa
dos Catadores de Materiais Recicláveis e Resíduos Sólidos da Região Metropolitana
de Londrina.
Em outubro de 2009 a Prefeitura Municipal de Londrina editou o decreto 829/2009
que instituiu o PROGRAMA LONDRINA RECICLA, no qual a COOPER REGIÃO é parceira. Em março
de 2010 a CMTU/LD – Companhia de Transito e Urbanização de Londrina e a COOPER REGIÃO
assinaram um contrato de prestação de serviços de coleta seletiva.
Institui-se então a COOPER REGIÃO reunindo no seu quadro de cooperados 102 pessoas vindas
de 14 ONGs na sua primeira atividade comercial que ocorreu em abril de 2010, que
com pouco mais de um ano de constituição teve neste número um aumento de mais 100%
de admissão de cooperados e de 108,5% no volume de material comercializado, estão
agrupados em 9 entrepostos (barracões de triagem), orientados e supervisionados
por um escritório central.
Atualmente é responsável pela coleta seletiva de 88.000 domicílios e de todos os
órgãos públicos municipais, atingindo cerca de 250.000 habitantes no município.
Criada com apoio do Programa de Economia Solidária do Município de Londrina é um
instrumento comercial e político dos catadores que estão trilhando o caminho para
auto-suficiência com dignidade e sustentabilidade compartilhada entre esfera pública,
privada e comunidade como um todo.
Atraves da geracao de trabalho e renda digna, promover aos catadores a inclusao social, o exercicio da cidadania e
resgate da auto-estima, proporcionando uma melhoria na qualidade de vida dos catadores e da sociedade em geral,
contribuindo para a preservacao do meio ambiente.